terça-feira, 29 de abril de 2014

121 Anos de FESTA na mesma FAMILIA

 Assim como nas festas nas fazendas, churrasco foi feito em espeto de pau (Foto: Simão Nogueira CG N)
Tradição na família “Lima”, a festa em homenagem ao santo guerreiro “São Jorge” começou em 1893, como forma de pagar promessa, agradecer as graças recebidas. e já são 121 anos, um tempo difícil de ser superado por qualquer outro evento familiar em Campo Grande, e mesmo no BRASIL.
Aos 81 anos, Juliana de Lima Assunção tenta se lembrar das histórias, mas a idade já atrapalha a exatidão nas datas. Segundo ela, o primeiro encontro em homenagem ao santo ocorreu durante a Guerra do Paraguai, entre 1864 a 1870.
A avó fez um pedido pra que a batalha chegasse ao fim, sem sangue derramado entre seus seis filhos que estavam no combate. Em troca, começaria a fazer a festa pra São Jorge. Tudo deu certo e o combinado foi respeitado.
Mas só em 1893 a família organizou a comemoração como ocorre até hoje, reunindo parentes e por anos consecutivos. Não existe oficialmente nenhum registro, mas Juliana falou de detalhes. Contou que durante a II Guerra Mundial o pedido foi refeito, mas dessa vez pela sua mãe, para que seus filhos não fossem convocados para lutar.
Mais uma vez o pedido foi atendido e a festa seguiu até 1988, até que a primeira morte tirou a graça do evento. "Meu tio faleceu e então ninguém quis dar continuidade à tradição", lembra.
                                 Juliana é a mais velha da família (Foto)
           Mas o engenheiro mecânico Amaral de Lima comunicou a família que a a festa voltaria a ocorrer, isso há 4 anos. “Nem acreditei quando ele disse”, lembra a avó Juliana.
Desde pequeno ele diz ouvir as histórias das festas que aconteciam no Pantanal, em homenagem a São Jorge ou Ogum, como é chamado na Umbanda, religião da família.
       As festas eram em uma fazenda e duravam três dias. Além da fartura na mesa, havia brincadeiras e cavalgadas, contou dona Juliana. “Não é igual, mas é a mesma essência”, comentou ela.
A reunião foi retomada de forma menor, conta Amaral, que durante 3 anos reuniu apenas os parentes mais próximos. Mas neste ano, ele resolveu aumentar a lista de convidados, por um motivo novamente especial. “Fiquei em coma por três dias e sobrevivi, essa foi a maior graça, precisava fazer maior”, explica.
Para a festa, ele mesmo preparou um almoço, com churrasco, bebidas e sobremesas para 200 pessoas. Tudo custou 9 mil reais, com a colaboração de amigos e parentes. “Cada um oferece o que pode”, disse.
Como forma de agradecimento a Ogum, a tia de Amaral, a corumbaense Lelis de Lima Assunção, de 44 anos veio a Campo Grande para montar o altar do santo na festa. Ela conta que teve câncer do estômago, e durante o tratamento, veio a imagem do altar em sua cabeça, então prometeu que assim que se recuperasse iria pagar a promessa, mais uma história de sobrevivente, atribuída a São Jorge. “Eu pedi e ele me curou, e fiz o altar como a imagem que apareceu pra mim”, conta. CG News

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