segunda-feira, 1 de outubro de 2012

O Evangélico, A TV e a Política na IGREJA

         -Maceió, AL- A partir do Programa de Iniciação Científica (Pibic), a aluna de Relações Públicas da Universidade Federal de Alagoas, Emanuelle Rodrigues, fez análise dos programas de televisão de três igrejas neopetencostais de Maceió, verificando os processos de difusão e recepção de conteúdo religioso das igrejas Universal do Reino de Deus (IURD), Internacional da Graça de Deus (IIGD) e Mundial do Poder de Deus (IMPD), onde constatou o uso de temáticas centradas na desgraça humana como meio de provocar a empatia com os fiéis.
         Orientada pelo professor José Guibson Dantas, ela utilizou-se da Teoria das Mediações, para entender os efeitos que os programas têm sobre seu público.
“Comumente nos deparamos com a crítica popular sobre essas instituições religiosas, colocando as pessoas que assistem aos seus programas como um público passivo e manipulado pelas igrejas, que ao ver dessa crítica, querem apenas enganar e extorquir os seus seguidores”, explicou Emanuelle. E foi utilizada a metodologia Hermenêutica das Mediações, criada por Dantas, dividindo a pesquisa em quatro etapas: análise do meio e produção, da mensagem e conteúdo e da recepção e depois uma análise conjunta da recepção midiática pelos fiéis. Os programas estudados durante duas semanas foram veiculados diariamente na grade de programação das emissoras em Maceió.
       Relações entre igrejas e mídias - Conforme a pesquisadora, a partir da década de 70 teve início a terceira onda do movimento pentecostal, ou neopentecostalismo. Foi nessa década que nasceu a Igreja Universal, por Edir Macedo, Romildo Ribeiro Soares e Roberto Lopes. O movimento era marcado pela união de elementos da cultura brasileira com religiosidade popular.
Pra fazer difusão da religião, a Universal comprou a TV Record, em 1989,e passou a reproduzir seus programas. Segundo Emanuelle, a decisão foi tomada por Macedo, após voltar dos Estados Unidos, quando conheceu o tele evangelismo norte-americano. “Sua estratégia sempre foi orientar a comunicação para as necessidades do receptor, enfatizando as desgraças humanas em seus discursos, oferecendo, em contrapartida, a salvação para todos os males”, defendeu.
A aluna constatou: do combate às religiões afro-brasileiras, em especial à Umbanda, a Igreja Universal se utiliza de elementos simbólicos da cultura brasileira, como forma de identificação dos preceitos evangélicos com as necessidades de seus fiéis. A bíblia seria utilizada pra legitimar o discurso de combate ao Diabo.
         Programas analisados =Foram analisados os programas Fala Que Eu Te Escuto, Mistérios da Vida Amorosa, Plantão da Fé, Jejum de Daniel, Ponto de Luz, Saindo da Crise e Nosso Tempo. Conforme a pesquisa, esses meios são formas de propagar o discurso religioso e incentivar os telespectadores a visitar seus templos. “Apesar da baixa qualidade dessas produções, as narrativas convencem, pois a técnica não se limita apenas à qualidade, mas ao discurso em si e ao grau de representação e reconhecimento do receptor com a mensagem”, defendeu Emanuelle.
O Fala Que Eu Te Escuto, exibido na Record durante as madrugadas, seria o de melhor qualidade e de maior receptividade do público, com a produção do gênero jornalístico.
Ele discute temáticas do cotidiano, a partir de investigações, entrevistas, reportagens e discussões nas redes sociais. “Há por trás desse discurso bastante ideologia iurdiana, onde os debates se voltam para temas profanos, com a finalidade de legitimar o caráter sagrado da Universal”, apontou Emanuelle.
Na transmissão de cultos, é comum ver manifestações de pessoas “endemoniadas” e a exaltação da plateia. “Os testemunhos possuem papel fundamental no marketing religioso da Igreja Universal, legitimando o poder da instituição perante o mal. Na maioria dos casos, os 'demônios' são entrevistados na frente de todos, onde as perguntas têm mais tom de afirmação do que de questionamento”, enfatizou Emanuelle.
           O Plantão da Fé trata de temas relacionados à vida amorosa; o Ponto de Luz aborda questões de dimensão espiritual; e o Nosso Tempo trata de assuntos da vida financeira. “Os pastores sempre conversam com um ou outro fiel, por telefone, e colocam seus nomes na taça de óleo, que dizem estar ungida”, detalhou a autora da pesquisa.
         Conforme a aluna, apesar de propagar a fé, os programas não têm a intenção de fazer a conversão dos seus públicos, mas de incitá-los a visitar os templos. Para isso os programas apresentam histórias de pessoas convertidas, onde indivíduos, anteriormente caídos em desgraça se erguem, após frequentarem os templos e se tornarem dizimistas.
“Muitos contos são acompanhados de clipes em que atores simulam as histórias, enquanto os recém-convertidos dão seus testemunhos”, relatou.
            Perfil dos fiéis -A pesquisa também fez um plano demográfico dos fiéis, onde constatou que a maior parte deles vem das camadas populares da sociedade e de baixa escolaridade. Oitenta e um por cento do público é formado por mulheres e, por isso, grande parte do conteúdo é voltado para o público feminino.
A união de recursos audiovisuais com uma linguagem apropriada seria a fórmula do sucesso para o grande público conquistado na televisão brasileira. Os fiéis ainda atuariam como produtores dos programas, ao participarem de enquetes, ou mesmo com testemunhos de histórias pessoais relatadas.
Durante vários dias, Emanuelle acompanhou comunidades e redes sociais com participação de evangélicos e os questionou sobre o que achavam do uso das mídias pelas igrejas. A autora conta que o público acredita que os testemunhos exibidos na televisão são essenciais para a demonstração do poder de transformação da Igreja e que servem como inspiração para um futuro promissor.
A própria história do bispo Edir de Macedo serviria de exemplo de sucesso: “Vindo de família humilde, ele também conhece as aflições e necessidades desses contingentes em crise, resultando em uma linguagem aproximativa fidedigna no discurso de sua igreja. A expansão da IURD para o mercado, assim como seu acúmulo de riquezas, são tidos como exemplo para os fiéis, que afirmam ser isso uma obra de Deus, além de acharem Macedo um grande empresário, exemplo a ser seguido por todos”, refletiu Emanuelle.
        Ela acrescenta que a não superação dos problemas por vias materiais faz os fiéis se voltarem para o sagrado. “Há, na verdade, uma troca de interesses, pois a maioria das pessoas que vai à instituição, faz isso por ter necessidades que não são supridas em outros lugares, depositando na fé as últimas esperanças para atingir seus objetivos, quase sempre de cunho financeiro”.
A pesquisa foi apresentada no início de setembro, no último Intercom Nordeste, realizado em Fortaleza-CE e em outros seis eventos, alguns deles, de temáticas religiosas. O trabalho poderá ser conferido na íntegra no próximo Congresso Acadêmico da Ufal, com data ainda não definida. Creio

               LEIS ELEITORAIS proíbem propaganda política em templos religiosos e arredores.
Apesar de muitas igrejas evangélicas ignorarem as leis, há muitas proibições a serem respeitadas no período de campanha política; por exemplo, candidatos não podem usar o púlpito.
       No artigo 24 da Lei 9.504/97 está escrito é “vedado, a partido e candidato, receber direta ou indiretamente doação em dinheiro ou estimável em dinheiro, inclusive por meio de publicidade de qualquer espécie” de entidades beneficentes e religiosas, como limita o inciso VIII.
       Apesar dessa proibição, o jornal Folha de São Paulo apurou na segunda parcial da prestação de contas 2012 divulgada pelo Tribunal Superior Eleitoral que cinco igrejas aparecem na lista de doadores em quatro Estados. Os candidatos que receberam as doações podem ter as contas rejeitadas e ainda terem os diplomas cassados, caso sejam eleitos.
       Essa não é a única proibição em Lei que impede que as entidades religiosas participem das campanhas. A propaganda com placas e faixas também é proibida, assim como pintar inscrições de candidatos e distribuir panfletos.
        A Lei Eleitoral proíbe não só essas ações dentro da igreja como ao arredor dos templos, ou seja, os candidatos e partidos só podem fazer propaganda eleitoral fora dos arredores das igrejas. O mesmo vale para carros com alto-falantes que não podem fazer anúncios nas proximidades de templos religiosos.
      Sobre a doação de recursos para candidatos políticos, apenas a pessoa física, no caso um membro da denominação, pode fazer a doação, a instituição (com seu CNPJ) está proibida de investir dinheiro direta ou indiretamente nas campanhas.
 

Amar a Satanás?

                       'AMAI VOSSOS INIMIGOS'
                                      Devemos Amar a Satanás?
Recentemente fui surpreendido com esta pergunta. A resposta parece tão óbvia que poderia ser respondida com um simples não, mas esta é uma pergunta sincera e baseada em um texto Bíblico: Mt 5.44, onde o Senhor Jesus disse: “Amai a vossos inimigos”.
O raciocínio para a questão está baseado no fato de satanás ser nosso inimigo, então se o Senhor Jesus disse para amarmos nossos inimigos, devemos amar a satanás. É isto ou há outro significado?
Para apresentarmos uma resposta honesta a esta questão, precisamos em primeiro lugar fazer uso da hermenêutica, que é a arte de interpretar. Ou seja, precisamos interpretar o texto Bíblico. Quando lemos um texto Bíblico precisamos ter em mente alguns aspectos para que possamos interpretar corretamente, como o plano de fundo histórico, quem falou, para quem foi falado (ou escrito), a língua original, o tipo de literatura e até mesmo as condições geográficas.
Não é minha intenção complicar ao ponto de não ser possível entender. Portanto, vou abordar a questão de maneira simples, mas sem fugir dos princípios de interpretação.
A mesma afirmação amai a vossos inimigos, é repetida por Jesus em Lc 6.27 e 35. Mas, vamos usar como base apenas a referência de Mt 5.44 para simplificarmos a resposta. Uma vez que Lucas nos apresenta uma condensação do discurso de Jesus descrito por Mateus.
A frase em questão dita por Jesus, foi pronunciada no famoso sermão da montanha, que é considerado o primeiro grande discurso de Jesus. Esta mensagem de Jesus manifesta os princípios segundo os quais todo cristão deveria viver.
A parte do sermão no qual a pergunta está baseada (Mt 5.44), é uma seção onde o Senhor Jesus está tratando da Lei Mosaica (Mt 5.17-48). Primeiro ele trata da questão do assassinato e do pecado da ira (Mt 5.21-26), nos versículos 27 a 30 ele trata da cobiça, nos versículos 31 a 32 ele trata da questão do divórcio, nos versículos 33 a 37 ele fala sobre os juramentos, do versículo 38 ao 42 ele trata da chamada lei da vingança e, finalmente, chegamos ao nosso ponto que está no contexto dos versículos 43 a 48 onde Cristo Jesus nos fala sobre a lei do amor.
Se você analisar a subdivisão que apresentei acima verá que o Senhor Jesus está tratando de questões humanas: assassinato e ira, cobiça e adultério, divórcio, juramentos, vingança e amor ao próximo. As questões tratadas falam do relacionamento do homem na sociedade e qualquer interpretação espiritual não pode fugir deste contexto.
Uma das regras de interpretação é que você nunca pode interpretar um texto fora do seu contexto, ou seja, você não pode tomar uma frase isolada e tentar interpretá-la. O texto sobre o qual se levantou a questão, sobre se devemos amar a satanás diz assim:
Ouvistes o que foi dito: Amarás ao teu próximo, e odiarás ao teu inimigo.
E só então temos a continuação:
Eu, porém, vos digo: Amai aos vossos inimigos, e orai pelos que vos perseguem;
No tempo de Jesus havia um entendimento errado sobre Lv 19.18 que diz:
Não te vingarás nem guardarás ira contra os filhos do teu povo; mas amarás o teu próximo como a ti mesmo. Eu sou o Senhor.
Autoridades religiosas tomaram esta afirmação; amarás o teu próximo como a ti mesmo, e haviam acrescentado; e odiarás o teu inimigo. Os judeus acreditavam que os gentios eram inimigos e não estavam inseridos na palavra “próximo” usada neste versículo.
Em contraste com o que se acreditava na religião judaica da época, o Senhor Jesus diz: Amai aos vossos inimigos. Este é um mandamento sobremaneira elevado, somente Jesus poderia ter feito tal afirmação. Ele não permite o ódio e nos mostra que mesmo um inimigo é nosso próximo.
Portanto, a questão não é de relacionamento de Deus com o homem, ou do homem com o diabo. O texto está tratando do relacionamento do ser humano com seus semelhantes.
Quanto a Satanás a Palavra de Deus nos aconselha:
Efésios_4:27 nem deis lugar ao Diabo.
Tiago_4:7 Sujeitai-vos, pois, a Deus; mas resisti ao Diabo, e ele fugirá de vós.
1João_3:8 quem comete pecado é do Diabo; porque o Diabo peca desde o princípio. Para isto o Filho de Deus se manifestou: para destruir as obras do Diabo.
Estes três versículos acima nos falam de como devemos nos relacionar com o diabo. Não dando espaço, resistindo-o e sabendo que a obra de Jesus opera a destruição das obras do diabo. Não há nenhum versículo bíblico que nos diga para sermos sequer simpáticos com ele.
12/9/2012 Pr. David Mattos 

EDIR MACEDO: LUXO, RELIGIÃO E POLÊMICAS

            Dizem por aí que a sala do Trono do Rei Salomão, que governou Israel de 970 a.C a 931 a.C- foi construído todo em cedro, juní...