sexta-feira, 11 de abril de 2014

MATARAM O ‘ROLEZINHO’

           Rua Terra Brasileira. Quebrada da Cidade A.E. Carvalho, zona leste de São Paulo, madrugada de sábado. No chão do baile funk, ficou o corpo do menino Lucas Oliveira Silva de Lima, 18, o Rei do Rolezinho. O delegado José Lopes, do 64º DP, diz que o garoto morreu espancado. “Traumatismo craniano causado por instrumento contundente.”
        O “Cocão, menino do morro”, assim se denominava ele, tinha 57.480 seguidores Facebook, a maioria garotas. Era um ídolo. Orgulhoso, assumia suas origens. Escola: Favela. Moradia: Itaquera, zona leste. Em janeiro 2014, Lucas tornou-se celebridade depois de organizar um rolezinho no Shopping Itaquera, vizinho de sua casa, na favela Vila Campanela. Três mil adolescentes participaram, cantando letras desafiadoras do funk. A polícia interveio com bombas de gás.
       Seu pai é pedreiro e levava o moleque pra trabalhar com ele. Mas Lucas também tirava uns trocados atuando como estoquista. Adepto do funk ostentação, o dinheiro ganho comprava roupas de grife. Bermudas, só usava da Oakley. O imenso relógio dourado era da marca Invicta. Nos pés, apenas tênis Adidas. As camisas preferidas eram polo da Ralph Lauren.
          Tirando o rolezinho de janeiro, nunca Cocão foi de frequentar DPs. As professoras da Escola Estadual Milton Cruzeiro dizem que o aluno era o cara tranquilo. Seu objetivo era tirar habilitação pra dirigir uma nave, quem sabe um Camaro, esportivo da Chevrolet, sonho de consumo de dez entre dez meninos das periferias. Toda noite ele dava um salve pros amigos, e iam fumar “narga” (narguilé).
         Mas essa tal nova classe média morena e quase favelada, assim, desejando, comprando, consumindo, frequentando shoppings tem inimigos raivosos. Na página de Lucas no Facebook e no Twitter esses desafetos comemoraram a morte dele com centenas de posts. 
                          Algumas amostras- ruins:
“Lucas Lima foi fazer um rolezinho no inferno com Satanás.”
“Agora os lojistas dos shoppings podem trabalharem [sic] em paz , um marginal a menos!”
“Essa peste já foi tarde!! Vai fazer rolezinho com o capeta!
“Menos um fdp na sociedade.”
“Lucas Lima, favela e o caralho! Lixo, o diabo que te leve.”
Os amigos pretendem responder aos ataques com uma grande homenagem ao Lucas, que gostava tanto das grifes caras e de tomar um lanche no McDonald’s. Onde mais? 
               No Shopping Itaquera, onde o garoto nasceu para a fama e glória ao consumo. 
E prometem, como réquiem, cantar a música do Mc Leeleko que diz:
“Agora eu sou de outro nível, só quero viver sorrindo
Se você virou a página eu queimei o livro
Esqueci todos os problemas ser feliz esse é o lema
Então senta e chora que eu tô tomando a cena
Exalto sou periferia, sou cria desde pequeno
Pra chegar até aqui passei por muito veneno (vai vendo
Me sentia o bambambam, de carrinho de rolimã
Meu pai é meu diamante minha mãe é meu talismã
Eles viram o meu sofrimento, viu toda minha caminhada
De rolimã pra catraca, depois as rodas cromadas (e agora?)
Vai vendo até um apê na praia, moto 1100 cilindradas
Sucesso pelo estado explodindo pelas quebradas.”
Lucas se foi...
É verdade.
                      Mas o rolezinho continua...

domingo, 6 de abril de 2014

Verdade! A ARCA DE NOÉ...

       Pesquisar o formato do navio construído por Noé é motivo de piada para os céticos, de curiosidade para as crianças e de esquentar a cabeça para teólogos e cientistas criacionistas. Afinal, a Bíblia dá pouquíssimos detalhes sobre a embarcação que salvou os ancestrais do ser humano e dos animais. Portanto, reconstruir a arca envolve um pouco de imaginação e especulação. No século 15, ela já foi retratada como uma caravela, mas hoje as opiniões se dividem entre a forma de caixa e de baú flutuante. Confira o que temos disponível.
     Migração - Por ordem de Deus, pares dos ancestrais de todos os vertebrados terrestres – aqueles que caminham sobre a terra e respiram pelas narinas – entraram na arca (Gn 7:22). Ficaram de fora animais marinhos, vermes, insetos e plantas. Desses tipos básicos de cada família, descenderam os gêneros, espécies e raças que temos hoje. Essas mudanças morfológicas dependeram de fatores como grau de isolamento genético, quantidade de estresse ambiental e tempo.
Espaço pra todos -  Com 150 de comprimento, 25 de largura e 15 de altura (Gn 6:15), os quase 11 mil animais precisavam de 7.800 m3 de espaço, ou seja, 14% do volume da 'grande barca'. Se os animais fossem filhotes, sobraria mais espaço ainda.
Comida, água e luz - Noé estocou comida para sua família e os animais (Gn 6:21,22). Quanto à água, provavelmente, eles canalizaram a da chuva. Para iluminar e ventilar a arca, Noé fez uma janela comprida e com meio metro de altura (Gn 6:16; 8:13).
   Sob medida  - Segundo o estudo do engenheiro coreano Dr. Seon Hong, as proporções da arca deram ao barco três características muito importantes: estabilidade, conforto e resistência. Mas, sem a proteção de Deus, nenhuma estrutura aguentaria uma catástrofe global.
   Zoológico flutuante - A arca tinha três andares, tavez interligados por rampas afastadas do centro do casco, onde as tensões eram maiores. Por questões logísticas, os mamiferos maiores devem ter ficado no primeiro piso. Por causa da temperatura baixa, esse andar inferior pode ter facilitado que alguns bichos hibernassem. Os animais foram separados por compartimentos (Gn 6:14), ou seja, jaulas e ninhos.
            Terra à vista - Depois de 150 dias à deriva, a arca novamente voltou a tocar a terra. No caso, a cordilheira do Ararate, no leste da Turquia, região formada por montanhas de até 5 mil metros de altura e cobertas de neve. Os sobreviventes esperaram mais 121 dias para sair do navio.
    Navio cargueiro- A arca é uma das maiores embarcações de madeira de que se tem notícia. Feita de cipestre (gôfer) e revestida de betume (Gn 6:14), em porte, é comparável a um navio de carga atual. Demorou 120 anos para ficar pronta (Gn 6:3) e foi o bote salva-vidas de oito pessoas, todos da família de Noé (1Pe 3:20).
       Muitos acreditam que se a arca fosse achada, o relato bíblico do Dilúvio ganharia mais credibilidade. Pode até ser. Mas o que não merece confiança são os documentários e boatos falsos que afirmam que ela já foi encontrada. O fato é que os cristãos não precisam de provas irrefutáveis, muito menos das duvidosas, para crer na Palavra de Deus. Isso não significa que a crença no sobrenatural é a negação da racionalidade, mas o reconhecimento de que intervenções além da nossa compreensão podem mudar a realidade que conhecemos.

        Fontes: Criação (SCB, 2007), de Alexander vom Stein, págs. 60 a 84; O Mundo já foi Melhor (CPB, 1992), de Harry J. Baerg, págs. 27 a 32; História da Vida (CPB, 2011), de Michelson Borges, pág. 80; Comentário Bíblico Adventista do Sétimo Dia, vol. 1 (CPB, 2011), pág. 241; revista Answers, de abril-junho de 2007 (answersingenesis.org/articles/am/v2); e sites evidenciasonline.org e worldwideflood.org.

EDIR MACEDO: LUXO, RELIGIÃO E POLÊMICAS

            Dizem por aí que a sala do Trono do Rei Salomão, que governou Israel de 970 a.C a 931 a.C- foi construído todo em cedro, juní...