Homossexuais
da Alemanha que fazem questão do casamento religioso poderão contar com o apoio
da Igreja Evangélica de Berlim, Brandemburgo e Oberlaustiz.
Os
casamentos só poderão ser realizados a partir de 1º/07/2016 pela decisão do
sínodo que votou a favor da proposta. Foram 91 a favor e 10 contra. A reunião ocorreu
em Berlim no último dia 16.04 e fez a Igreja Evangélica se tornar a 3ª
denominação protestante do país a permitir união religiosa de casais do mesmo
sexo.
O bispo
de Berlim, Markus Dröge, afirmou ao jornal “Tagesspiegel” que a decisão atende
à necessidade de acolher todos casais que queiram formar ‘‘família’’.
Desde
2002 a igreja evangélica de Berlim, Brandemburgo e Oberlausitz tem abençoado
uniões de gays, mas o ofício não era chamado ‘casamento’. Com a atual decisão,
os casais passarão a ser realmente casados... Pela igreja citada.
Com isso,
os nomes dos casais serão inclusos nos registros da igreja e poderá realizar
troca de alianças, algo que não era autorizado anteriormente.
ENQUANTO ISSO, NA América do Sul...
TEM UM padre ''excomungado'' mas se mantém celebrando.
"O maior prazer mundano é o sexo. Não tem nada melhor do que ter um
orgasmo. E eu não vivo na castidade, pois, apesar de escolher ser padre,
continuo humano e tenho minhas necessidades sexuais", afirma padre Beto, excomungado
pela Igreja Católica, em novembro 2014. A transparência e a
franqueza a respeito de assuntos considerados tabus pela instituição, como a
homossexualidade, fizeram a Santa Sé destituí-lo de sua função.
Para "explicar" sua saída, Roberto
Francisco Daniel coloca toda a responsabilidade em sua esperança de que
houvesse mudanças no discurso católico, principalmente nos assuntos ligados ao
sexo. "A Igreja enxerga a sexualidade como algo negativo, que nascemos do
pecado, e prega que o sexo só deve ser feito com finalidade de reproduzir a
espécie. Não poder transar antes do casamento não faz sentido, uma vez que você
só conhece uma pessoa na sua intimidade. Qual é o problema disso? E aí entram
outras questões tão absurdas quanto, como a proibição do uso de métodos
contraceptivos. A Igreja só aceita quem não vive plenamente sua
sexualidade", declarou.
Desde então, ele decidiu continuar usando o título
de padre e fundou sua própria religião, a Humanidade Livre, em Bauru, São
Paulo. Em janeiro de 2015, padre Beto celebrou a primeira
missa da nova comunidade. "Acreditamos em Jesus
Cristo, rezamos apenas com o Evangelho e deixamos para trás assuntos como a
vida após a morte e preceitos morais impostos pela Igreja."
Foto de Roberto Francisco Daniel, padre
Beto, durante a consagração da hóstia.
E não são só as palavras de Cristo que permanecem nas
celebrações semanais, num galpão simples. Os fiéis têm oportunidade de
comungar. "Enxugamos a celebração eucarística, mas mantivemos sua
base", conta sobre as referências que trouxe da entidade religiosa cristã.
Na igreja ainda há um local especial para o Santíssimo Sacramento --ou a
Eucaristia-- e crucifixos com o corpo de Jesus estão por todos os lados.
A
trilha sonora que embala as missas passa longe do que se espera para celebração
religiosa. "Tocamos Titãs, Legião Urbana, Clube da Esquina, Chico Buarque,
Lenine, entre outros nomes da música brasileira. E, a cada domingo, um grupo
diferente toca. Na maioria das vezes, a banda é formada pelo pessoal que trabalha
em bares aqui da cidade".
O mais revigorante, segundo ele, é poder estar
perto de todas as pessoas, independentemente da raça, sexualidade e crenças.
"Em média, recebemos 120 pessoas por domingo. Entre elas, temos casais
hétero e homossexuais, solteiros, divorciados, jovens, travestis --embora elas
ainda tenham receio de estar em um ambiente religioso-- e também idosos. Conseguimos
acolher todos que a Igreja, de certa forma, não aceita."
Prova disso, são as celebrações
de casamento que ele comandou desde que saiu da Igreja Católica. "Faço
casamentos fora da Igreja --coisa que poucos padres aceitam ou
podem fazer. Já celebrei a união de casais gays e de pessoas divorciadas
também. A união deve ser celebrada como cada casal sonhou, tem de ter a
identidade deles. E eu, como sacerdote, vou para assistir a concretização desse
amor e conduzir a cerimônia".
Para padre Beto, o motivo de conseguir ter quórum,
além de estar aberto a qualquer credo, é que todos precisam de um lugar como
refúgio. "A Humanidade Livre existe para acolher e para que as pessoas
saiam da igreja fortalecidas. Não queremos padronizar o comportamento de
ninguém e não pregamos a moralidade. É um lugar de reflexão, mas que também
estimula a responsabilidade diante dos momentos difíceis."
O religioso esclareceu que segue fazendo rituais
da Católica porque a excomunhão é "apenas" banimento e ele permanece
sendo sacerdote. "Sou um padre maldito para a Igreja e estou condenado ao
inferno. Independentemente disso, criei minha própria religião e exerço minha
vocação." Uol Thais
Carvalho Diniz http://zip.net/bws3tp