quarta-feira, 21 de janeiro de 2015

OBSERVATÓRIO DA LIBERDADE RELIGIOSA



      Como vem ocorrendo nos países França, Itália e Portugal, o Brasil agora dispõe de um Observatório da Liberdade Religiosa (Olir). A entidade surgiu da necessidade de dados pra facilitar e incentivar a produção científica de profissionais das diversas áreas que desejem produzir conhecimento a respeito desse direito.
O Observatório, com sede em Brasília, foi lançado sem fins lucrativos nem subordinação a organizações religiosas ou partidos políticos. “Por ser independente, teremos condições de fazer uma análise isenta”, garantiu Bernardo Pablo Sukiennik, presidente do Olir.
A entidade vem também pra questionar o imaginário popular, no qual o povo brasileiro relaciona-se com respeito e tolerância à diversidade. Nos próximos anos, o Supremo Tribunal Federal deverá decidir questões importantes sobre Liberdade Religiosa. O resultado dessas demandas poderá restringir conquistas históricas.
Os fundadores destacam que o Olir não promoverá diálogo inter-religioso, ecumênico ou discussões sobre rituais, tradições e práticas religiosas, mas visa se tornar instrumento pra que o Poder Público e a sociedade civil organizada criem políticas efetivas de promoção da laicidade e combate à intolerância. Leia detalhes na entrevista com Bernardo (foto), presidente, e vice-presidente da Comissão da Liberdade Religiosa da OAB/DF.
 Como é atualmente a produção científica em relação a este assunto no Brasil? É uma área que tem gerado interesse por parte dos pesquisadores?
É um tema que ganha relevância em âmbito mundial e nacional. No Brasil, vivemos uma fragmentação da religiosidade. Antigamente, mais de 90% da população se declarava católica. Hoje esse número é menos de 70%. Essa nova realidade estimula a produção científica sobre o tema nas áreas do Direito, Psicologia, Sociologia e Teologia.
Por que a sociedade deveria apoiar tal iniciativa?
O Olir vem preencher uma lacuna na área de liberdade religiosa no Brasil. Não há como produzir conhecimento, com profundidade, sem informação. De maneira geral, a História mostra que países os quais ofereceram liberdade religiosa conseguiram desenvolvimento econômico mais sustentável. Em parte, isso se explica porque restrições à liberdade e intolerância religiosa afastam investimentos estrangeiros. Além disso, jovens talentos podem sentir-se forçados a migrar para outros lugares mais tolerantes. Portanto, resumidamente, o respeito à diversidade religiosa é um dos elementos que geram inovação e crescimento econômico.
Que tipos de políticas podem ser criadas a partir dos resultados obtidos pela entidade?
Primeiro, há que conhecer a realidade. Não se pode criar nada com base no achismo. Em 2013, organizei a primeira coletânea de Legislação sobre Liberdade Religiosa. Percebeu-se que não fazia sentido elaborar propostas legislativas sem conhecer as leis que já possuíamos. Neste ano, o Olir deverá lançar a 2ª edição dessa legislação, ampliada e atualizada. Assim, poder-se-á identificar os eventuais problemas nas leis que tratam sobre o tema e fazer uma proposta com bases sólidas.
Também se poderá identificar os grupos religiosos mais vulneráveis e desenvolver ações afirmativas para reverter essa situação. Com certeza, os resultados gerarão novas reflexões que não podemos prever neste momento.
Como os observatórios em outros países conseguiram contribuir de forma efetiva com a visibilidade e esclarecimento sobre a liberdade religiosa em seus territórios?
Em âmbito internacional, os observatórios oferecem um “choque de realidade” à população e às autoridades. O imaginário popular pode criar problemas que eventualmente não existam. Por exemplo, várias decisões judiciais negam aos sabatistas o direito de realizar concursos públicos ou vestibulares após o pôr-do-sol, sob a alegação de que haverá requerimentos nesse sentido para todos os dias da semana (o que inviabilizaria o serviço público). O Olir verificará se existem demandas judiciais em relação aos guardadores da sexta-feira, domingo ou qualquer outro dia da semana. Talvez essas demandas não existam e o temor alegado pelo judiciário seja infundado.
De que forma é possível acompanhar os avanços e conquistas do Olir?
O Olir lançará material impresso e material eletrônico. Também será lançada uma página de internet. O domínio já foi adquirido (www.olir.com.br) e existe uma equipe para sua elaboração. Outro grupo trabalha no conteúdo para o site. Os contatos podem ser feitos pelo e-mail: olir.brasil@gmail.com. [ASN-adventistas]

CASA de Brasileiro destruída no NÍGER



              O brasileiro Alexandre Canhoni, que vive desde 2001 no Níger, teve a casa destruída no último dia 17.01, depois da manifestação de muçulmanos contra as charges contra Maomé publicadas pelo jornal francês “Charlie Hebdo”. Ele gravou um vídeo onde mostra a destruição.
            Os ataques tiveram como alvo instituições cristãs. No total, os manifestantes saquearam e incendiaram 45 igrejas, entre elas, duas de brasileiros, além de cinco hotéis, 36 bares, um orfanato e uma escola cristã. Cinco morreram, 128 ficaram feridos e 189 foram detidos nas manifestações.
               Conhecido como paquito Xand do “Xou da Xuxa”, Alexandre desenvolve trabalhos humanitários com crianças na organização evangélica ''Guerreiros de Deus'', com a mulher e outros 04 brasileiros. Um dos projetos, que oferece refeições a crianças da capital Niamey, tem base no quintal de sua casa. Por isso, a destruição afetou até o seu trabalho.
Canhoni contou que se preparava pro almoço, 13h do sábado, quando ouviu gritos e, do segundo andar de casa, viu fumaça saindo de outras casas e templos sendo queimados, além de manifestantes com pedaços de pau se aproximando. 
            Em vídeo, Canhoni mostrou a destruição do local e explica que ouviu os manifestantes gritarem “casa do Alex”  e se dirigiam a ela. Ele disse que é conhecido em Niamey por seu trabalho humanitário. “Nós estamos aqui há muitos anos. Todo mundo me conhece, sabe que somos cristãos. Aqui eles me conhecem não por ser ex-paquito da Xuxa, pelos filmes, de cantar e dançar. Aqui eles nos conhecem como um casal de brancos que chegou em 2001 e começou a ajudar as pessoas”, afirmou.
              Antes dos manifestantes atingirem sua casa, ele e a mulher fugiram pra se abrigar na casa de um amigo. Voltaram no domingo para ver o estado em que ficou o lar. “Foi afetado tudo. Desde panela e prato, levaram tudo. Saquearam, quebraram, queimaram, roubaram. Foi bem difícil para a gente voltar e dar uma olhada. Foi bem triste”. A casa está sem luz e sem água e as janelas e o portão quebrados. Ninguém da organização ficou ferido.
            O casal oferecia, diariamente, 250 pratos de comida pras crianças atendidas no quintal de sua casa. Em todo o Níger são 1.200 refeições, contou Canhoni. O trabalho é voluntário e conta com a ajuda de cerca de 90 pessoas.
Se normalmente o projeto depende de doações para sobreviver, após a destruição do último sábado elas ganharam caráter de emergência. A organização está pedindo contribuições para poder reerguer a estrutura e voltar a alimentar as crianças. “Estamos precisando de verba para começar a reerguer e reabrir tudo”, diz. (G1)

EDIR MACEDO: LUXO, RELIGIÃO E POLÊMICAS

            Dizem por aí que a sala do Trono do Rei Salomão, que governou Israel de 970 a.C a 931 a.C- foi construído todo em cedro, juní...