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o formato do navio construído por Noé é motivo de piada para os céticos, de
curiosidade para as crianças e de esquentar a cabeça para teólogos e cientistas
criacionistas. Afinal, a Bíblia dá pouquíssimos detalhes sobre a embarcação que
salvou os ancestrais do ser humano e dos animais. Portanto, reconstruir a arca
envolve um pouco de imaginação e especulação. No século 15, ela já foi
retratada como uma caravela, mas hoje as opiniões se dividem entre a forma de
caixa e de baú flutuante. Confira o que temos disponível.
Migração - Por
ordem de Deus, pares dos ancestrais de todos os vertebrados terrestres – aqueles
que caminham sobre a terra e respiram pelas narinas – entraram na arca (Gn 7:22). Ficaram de fora animais marinhos, vermes,
insetos e plantas. Desses tipos básicos de cada família, descenderam os
gêneros, espécies e raças que temos hoje. Essas mudanças morfológicas
dependeram de fatores como grau de isolamento genético, quantidade de estresse
ambiental e tempo.
Espaço
pra todos - Com
150 de comprimento, 25 de largura e 15 de altura (Gn 6:15), os quase 11 mil animais precisavam de 7.800 m3 de espaço, ou seja, 14% do volume da 'grande barca'. Se os animais
fossem filhotes, sobraria mais espaço ainda.
Comida,
água e luz - Noé
estocou comida para sua família e os animais (Gn 6:21,22). Quanto à água, provavelmente, eles
canalizaram a da chuva. Para iluminar e ventilar a arca, Noé fez uma janela
comprida e com meio metro de altura (Gn 6:16; 8:13).
Sob medida - Segundo
o estudo do engenheiro coreano Dr. Seon Hong, as proporções da arca deram ao
barco três características muito importantes: estabilidade, conforto e
resistência. Mas, sem a proteção de Deus, nenhuma estrutura aguentaria uma
catástrofe global.
Zoológico flutuante - A
arca tinha três andares, tavez interligados por rampas afastadas do centro do
casco, onde as tensões eram maiores. Por questões logísticas, os mamiferos
maiores devem ter ficado no primeiro piso. Por causa da temperatura baixa, esse
andar inferior pode ter facilitado que alguns bichos hibernassem. Os animais
foram separados por compartimentos (Gn 6:14), ou seja, jaulas e ninhos.
Terra à vista - Depois
de 150 dias à deriva, a arca novamente voltou a tocar a terra. No caso, a
cordilheira do Ararate, no leste da Turquia, região formada por montanhas de
até 5 mil metros de altura e cobertas de neve. Os sobreviventes esperaram mais
121 dias para sair do navio.
Navio
cargueiro- A
arca é uma das maiores embarcações de madeira de que se tem notícia. Feita de
cipestre (gôfer) e revestida de betume (Gn 6:14), em porte, é comparável a um navio de carga
atual. Demorou 120 anos para ficar pronta (Gn 6:3) e foi o bote salva-vidas de oito pessoas, todos
da família de Noé (1Pe 3:20).
Muitos
acreditam que se a arca fosse achada, o relato bíblico do Dilúvio ganharia mais
credibilidade. Pode até ser. Mas o que não merece confiança são os
documentários e boatos falsos que afirmam que ela já foi encontrada. O fato é
que os cristãos não precisam de provas irrefutáveis, muito menos das duvidosas,
para crer na Palavra de Deus. Isso não significa que a crença no sobrenatural é
a negação da racionalidade, mas o reconhecimento de que intervenções além da
nossa compreensão podem mudar a realidade que conhecemos.
Fontes: Criação (SCB, 2007), de Alexander vom Stein, págs. 60 a 84; O Mundo já foi Melhor (CPB,
1992), de Harry J. Baerg, págs. 27 a 32; História da Vida (CPB, 2011), de Michelson Borges,
pág. 80; Comentário Bíblico Adventista
do Sétimo Dia, vol. 1 (CPB, 2011), pág. 241; revista Answers, de abril-junho
de 2007 (answersingenesis.org/articles/am/v2); e sites evidenciasonline.org e worldwideflood.org.
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