Um
desses casais foi Efrain e Mônica Rodrigues, ambos com 20 anos.
O
relacionamento deles começou cedo, quando tinham13 anos se conheceram na rua
onde moravam e começaram a namorar. Efrain era cristão, filho de adventistas do
sétimo dia. Mas, aos poucos, sem a família saber, outras preferências começaram
a fazer parte de sua vida. “Eu bebia e fumava. Queria estar com meus amigos que
gostavam das mesmas coisas que eu, e meu tempo com eles aumentava a cada dia.
Foi quando comecei a roubar”, conta. O jovem roubava carros pra depenar e
vender as peças. Mas, de uma forma que ele não sabe explicar, por mais que ele
roubasse, e por mais lucro que conseguia ter com aquilo, o dinheiro não rendia!
“Não
dava pra nada! Acabava muito rápido, e eu não sabia o que fazer. O jeito era
roubar mais”.
Quando
Efrain estava com 18 anos, foi preso e condenado à prisão por roubo. Atrás das
grades, a decepção pelas escolhas erradas, a vergonha da família honesta e
cristã, veio a agonia da separação da namorada, que tinha acabado de dar a luz
a um filho. “Eu me vi no fundo do poço! Foi terrível. Meu pai me olhava sem
entender, aquele não era o filho dele”, contou.
Dois
anos depois, a cena do casal junto, selando os votos matrimoniais, não parece
recordar tanta dor. Pensa assim quem não conhece a historia de transformação
que envolve anos atrás das grades. “Quando eu soube que ele estava preso, eu
enlouqueci. Em momento algum desconfiei que ele roubasse, e me senti sozinha.
Mas a família dele me ajudou muito, me acolheu. Foi com eles que comecei a
estudar a Bíblia”, contou Mônica. Assim como a família cristã foi atrás da
companheira do filho, não esqueceu do menino preso. “Meu pai não desistiu de
mim. Ele me fez enxergar Deus novamente e me ensinou a necessidade de uma
entrega completa. Eu já havia sido batizado na Igreja Adventista aos dez anos
de idade”, disse Efrain. E foi isso que o jovem casal fez no casamento de forma
coletiva.
Um
dia após o casamento, Efrain e Mônica foram batizados, junto a mais dois amigos
do presídio de Igaraçu, que conheceram a palavra de Deus e reconheceram na
Igreja Adventista aquela que segue somente o que a Bíblia diz. “Hoje estou
duplamente feliz! Estou casada, como sempre sonhei, e estou me sentindo em paz
com Deus, porque sei que essa igreja é verdadeira e que vai me preparar para a
volta de Jesus! Não é fácil viver sem pecar, mas com Deus, eu tenho mais forças
para enfrentar a vida enquanto o meu marido ainda está preso”.
Mas
quatro horas da tarde, dez minutos após o batismo, todos tiveram que se retirar
do recinto.
O
presídio voltou à sua rotina, e todos voltamos a fazer o que fazemos. Bem, nem
todos. Duas horas antes, entrava no presídio uma mulher sozinha e aflita, e
agora saia uma esposa e mãe comprometida com o seu esposo, sua filha e seu
Deus. Duas horas antes, dentro de celas escuras e frias, três homens tomavam a
decisão de não estar mais presos, e hoje, por aceitarem o convite de Deus, eles
estão livres, mesmo que atrás das grades. [com informações
da ASN, Rebbeca Ricarte]
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