sexta-feira, 15 de março de 2013

FRANCISCO, o papa

        MUITA GENTE, inclusive não brasileiros, queria um papa tupiniquim. Não deu.
Foi o cardeal Jorge Mario Bergoglio, da Argentina, com 76 anos é o novo papa da Igreja Católica Apostólica Romana. Antes de ser escolhido, era arcebispo da Arquidiocese de Buenos Aires, desde 28 de fevereiro de 1998.

O nome escolhido por Bergoglio é Francisco, homenagem a São Francisco de Assis. Representante da linha jesuíta e progressista na Igreja, ele se tornou o primeiro pontífice sul-americano.
Ele não aparecia na maioria das listas de favoritos, que incluíam o brasileiro Dom Odilo Scherer e o italiano Angelo Scola. Bergoglio nasceu em 17 de dezembro de 1936 em Buenos Aires e foi nomeado cardeal em 2001 por João Paulo II.
Conforme a tradição, o resultado foi anunciado por meio da emissão da fumaça branca (artificialmente colorida), pela chaminé da Capela Sistina, por volta de 19h06 locais (15h06 de Brasília).
Cerca de uma hora depois, o francês Jean-Louis Tauran - o mais velho dos cardeais diáconos - apareceu na sacada do Palácio Apostólico para saudar os fiéis na Praça São Pedro, nos sete idiomas mais populares dos países católicos. O cardeal disse apenas “irmãos e irmãs” em cada um dos idiomas.
Em seguida, Jean-Louis Tauran leu um texto em latim. Só então Jorge Mario Bergoglio apareceu para o público. O religioso fez uma saudação aos milhares de fieis que se reúnem na praça São Pedro e rezou com a multidão, em italiano, o Pai Nosso e a Ave Maria.
Bergoglio obteve ao menos 77 dos 155 votos. Cardeais de todo o mundo estavam reunidos desde terça-feira (12) na Capela Sistina. Na manhã desta quarta, duas votações acabaram sem acordo. Havia especulações de que o conclave durasse até a próxima semana.
Cinco cardeais brasileiros participaram da escolha: dom Raymundo Damasceno Assis, 76; dom Odilo Scherer, 63; dom Geraldo Majella Agnelo, 79; dom Cláudio Hummes, 78; e dom João Braz de Aviz, 64, inclusive Aviz (foto) era bem cotado também.
O conclave foi convocado após renúncia de Bento XVI - em 11 de fevereiro e efetivada no dia 28. O alemão Josef Ratzinger deixou o cargo após oito anos e teve um pontificado marcado por crises e divisões internas.
Trajetória - O novo papa é formado em engenharia química. Após a formatura, escolheu o sacerdócio, entrando pro seminário em Villa Devoto, Argentina. Bergoglio ingressou no noviciado da Companhia de Jesus (jesuítas) em março 1958. Ele ainda estudou humanidades no Chile em 1963, retornando depois para Buenos Aires.
Bergoglio foi também professor de literatura e psicologia no Colégio Imaculada Conceição de Santa Fé, entre 1964 de 1965, e em um colégio de Buenos Aires em 1966. O novo papa deixou a carreira de docente e dedicou-se ao estudo de teologia de 1967 a 1970, sendo ordenado sacerdote em 13 de dezembro de 1969.-----

Lista dos papas que comandaram a Igreja nos séculos XX e XXI:
Papa Francisco I: começou em 13 de março de 2013;
Bento XVI: 19 de abril de 2005 a 28 de fevereiro de 2013;
João Paulo II: 16 de outubro de 1978 a 2 de abril de 2005;
João Paulo I: 26 de agosto a 28 de setembro de 1978;
Paulo VI: 21 de junho de 1963 a 6 de agosto de 1978;
João XXIII: 28 de outubro de 1958 a 3 de junho de 1963;
Pio XII: 2 de março de 1939 a 9 de outubro de 1958;
Pio XI: 6 de fevereiro de 1922 a 10 de fevereiro de 1939;
Bento XV: 3 de setembro de 1914 a 22 de janeiro de 1922;
Pio X: 4 de agosto de 1903 a 20 de agosto de 1914;
Leão XIII: 20 de fevereiro de 1878 a 20 de julho de 1903.

Os dez últimos Papas, antes da eleição de Francisco, marcaram história cada um a sua maneira. Eis um resumo dos fatos ‘marcantes’ desses pontificados:
Leão XIII (Vincenzo Gioacchino Pecci, fevereiro 1878 a julho de 1903) - Papa humanista que escrevia poemas em latim, ficou conhecido pela grande encíclica social "Rerum Novarum", na qual abordou concretamente a questão operária, recomendando a colaboração entre o capital e o trabalho e as associações de trabalhadores, fazendo uma série de propostas. Criticou o liberalismo mas rejeitou o socialismo e a luta de classes. Foi quem dissolveu os Estados Pontifícios em 1900. Morreu com 93 anos.
Pio X (Giuseppe Melchiorre Sarto, agosto 1903 a agosto 1914) - Canonizado por Pio XII em 1954 por sua piedade e proximidade com os fiéis, usava linguagem simples. Ex-vigário de paróquia modesta, não era intelectual, mas muito conservador. Condenou as teses modernistas da Igreja em sua encíclica "Pascendi". Deu início à reforma do código do Direito Canônico (concluída pelo sucessor) e da Cúria Romana, e assumiu forte posição contra a escravidão. Se opôs à lei de separação Igreja / Estado francês em 1905.
Bento XV (Giacomo della Chiesa, setembro de 1914/janeiro de 1922) - De uma família aristocrata, tentou apaziguar a "crise modernista" na Igreja. Obteve alguma simpatia popular ao canonizar Joana d'Arc. Não era bem visto por franceses e alemães, por ter trabalhado incansavelmente para acabar com a carnificina da Primeira Guerra Mundial, propondo um sistema de arbitragem no conflito e se opondo ao sistema de reparação. Bento XVI escolheu seu nome em homenagem à memória deste Papa da paz.
Pio XI (Achille Ratti, fevereiro 1922/fevereiro 1939) - Resolveu a velha "questão romana". Foi sob o seu reinado que nasceu o Estado do Vaticano, em ocasião da assinatura do acordo de Latrão com Mussolini em 1929. Alpinista, solitário, sério, original, se interessava muito pela questão missionária. Publicou em 1937 a encíclica "Mit brennender Sorge" condenado o nazismo. Também condenou o antissemitismo. Se afastou do Vaticano quando Hitler foi visitar seu aliado Mussolini em Roma. No momento de sua morte, havia preparado outra encíclica condenando o nazismo.
Pio XII (Eugenio Pacelli, março de 1939/outubro de 1958) - Aristocrata e diplomata de carreira, serviu a Santa Sé em Munique e em Berlim. Braço direito de Pio XI, foi acusado por historiadores e pela comunidade judaica de permanecer em silêncio frente ao Holocausto nazista. Foi com este Papa que o processo de internacionalização da Cúria se acelerou.
João XXIII (Angelo Giuseppe Roncalli, outubro 1958/junho 1963) - De família modesta, ex-delegado apostólico na Turquia e núncio na França (de 1944 até 1953), se transformou no homem da abertura da Igreja ao mundo, que lançou o Concílio Vaticano II em 1962, preocupando a Cúria, até então muito conservadora. Publicou a famosa encíclica "Pacem in terris" pouco antes de sua morte. Apelidado na Itália "il papa buono", foi muito popular por seu bom-humor.
Paulo VI (Giovanni Battista Montini, junho de 1963/agosto de 1978) - Após uma longa carreira diplomática, durante a qual foi ao mesmo tempo braço direito de Pio XII, foi eleito em pleno Concílio Vaticano II. Viveu um período difícil da contestação dos ensinamentos da Igreja. Homem ansioso, escrupuloso, considerado hesitante, foi muito atento à evolução do mundo moderno, impulsionando o empenho internacional da Santa Sé para a justiça e a paz. Criticado por sua encíclica "Humanae Vitae" (1968), que disse não à contracepção, foi muitas vezes incompreendido até o final de seu pontificado.
João Paulo I (Albino Luciani, agosto 1978/setembro de 1978) - Patriarca de Veneza, teve um dos mais curtos reinados da história papal: 33 dias. Conseguiu imprimir um estilo mais direto em sua maneira de ser Papa, mas foi isolado na Cúria Romana em razão de sua simplicidade e contestação. De saúde frágil, morreu prematuramente de causas ainda não esclarecidas.
João Paulo II (Karol Jozef Wojtyla, outubro 1978/abril 2005) - Primeiro Papa polonês da história. Conservador em sua doutrina, mas um verdadeiro comunicador. Se opôs ao comunismo na Polônia e em todo o bloco soviético, mas também ao capitalismo. Foi gravemente ferido em um ataque em 1981 na Praça São Pedro. Carismático e enérgico, ele viajou durante seu pontificado para mais de cem países, e gozou de uma popularidade sem precedentes, especialmente entre os jovens, criando para eles a "Jornada Mundial da Juventude". Escreveu muitas encíclicas sobre questões sociais.
Bento XVI (Joseph Aloisius Ratzinger, abril 2005/fevereiro 2013) - Vindo de uma família modesta da Baviera, importante teólogo reformista durante o Concílio Vaticano II, foi por mais de 20 anos o guardião do dogma de João Paulo II. Tornou-se Papa aos 78 anos e continuou o trabalho de seu antecessor, insistindo em uma purificação da Igreja. Seu pontificado foi marcado por vários escândalos - particularmente pela revelação dos casos de pedofilia nos Estados Unidos para a Irlanda - e falhas de comunicação diversas. Foi o primeiro Papa em 700 anos a renunciar devido à falta de forças. (A tarde)

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